sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Paráfrase do conto

NÃO SE MATE

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê,
pra quê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém, ninguém sabe nem saberá.

Carlos Drummond de Andrade

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Essa é uma narrativa do apaixonado Carlos e sua amada o deixa, ele passa por momentos de desolação, pensa em suicídio, mas um conselho encorajador de que ele ainda poderia encontrar um novo amor e comemorar bodas com ela o salva. Mesmo consolado Carlos se mostra preocupado em não demonstrar que está sofrendo de amor. (tenho pra mim que se o amor é uma coisa boa nao existe sofrimento, então caí no clichê por ser mais fácil de ser entendido por todos.)

( acredito que que o Carlos da história seja o mesmo Carlos autor, ele deve ter contado uma descepção de sua vida, opinião minha.)

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